domingo, 8 de julho de 2012

Estórias fantásticas ou porque a Sara é Batizada/Apresentada.

Imagem retirada de"odeliriodabruxa.blogspot.com"

"Podem me chamar de doida, mas aconteceu comigo".

Vocês podem falar que é chavão começar por uma frase tão batida, mas eu gostaria de falar um pouco sobre essa parte do meu puerpério, que eu achei muito doida e até hoje eu lembro nitidamente das sensações, e digamos, dignas de filme de terror.

Bom, minha gravidez transcorreu sem problemas, além da tontura de vez em quando e do sono que me acometia ferozmente pela parte da tarde, depois do dia 12 de outubro daquele ano. minha ginecologista da época dizia que "era um milagre" que eu não tivesse tido nenhum mioma ou cisto ou qualquer coisa no meu útero naquela idade (35 anos), já que eu NUNCA tinha ido a um profissional deste antes (claro, ela falou isso dois anos antes de eu engravidar) já que meu útero estava limpo, limpo (dãã, toda mulher TEM que ter problema??).

Meu esposo é evangélico, e eu sou batizada católica (mas não pratico, ou seja, já não ia na missa desde os meus 17 anos ou da minha saída do grupo jovem, não lembro qual dos dois ocorreu primeiro) como já comentei por aqui. O maior medo dele é que não conseguisse me engravidar, pelo fato dele ser diabético (não sei quem foi que falou isso pra ele!) ele fez "um compromisso com Deus", mas ele dizia que faltava eu "aceitar"a minha parte do compromisso(gerar), que Deus nos entregaria o que havíamos pedido. Eu não sei como, mas eu sentia que o ponto crucial era esse: eu REALMENTE ainda não queria ter filhos...em Outubro de 2007, dois meses antes de nosso casamento, talvez pelo turbilhão de coisas acontecendo ao mesmo tempo, eu pedi a Deus, chorando, que se fosse da vontade dele, me enviasse um bebê, que a minha mãe pudesse ter um netinho/netinha para alegrar os dias dela (ela completa 70 anos ano que vem), para que ela não precisasse ficar babando em cima dos netos dos outros (Sara é a primeira neta. eu achava horrível um tio meu que vinha "esfregar" os netos na cara da mamãe, toda vez que aparecia em casa do nada. Esse mesmo tio NUNCA apareceu pra ver a Sara, depois, nem pra socializar com os primos).

Meu esposo diz até hoje que "Sara é um presente, a promessa que se cumpriu".Apois.

Ficamos dois anos na casa de minha mãe. E o primeiro ano de noites mais estranhas que eu já tive.

Antes do primeiro mês, eu dormia na cama e Sara no berço. eu não dormia praticamente a noite toda. vivia acordando e levantando, acordando e levantando, chegava a acordar e ficar olhando um pouquinho pra ter a certeza de que ela respirava (não, eu ainda não tinha lido sobre bebês que morrem dormindo) e notava que ela também não dormia direito longe (tipo,em dois passos eu já estava do lado do berço). Uma noite resolvi colocar o colchão do lado do berço, ela dormiu bem, mas eu não!

Sonhei que uma mulher batia e gritava na soleira da janela, dizendo que eu tinha que devolver o filho dela!! aparentava uns 45 anos, cabelos negros, de óculos aro fino, magra. sabia que não podia ser ninguém da casa, pois já era madrugada (a gente pensa em sonho, viu?kkk) e meu primeiro pensamento foi em lembrar que eu tinha fechado todas as janelas e portas!! eu lembro de no sonho/pesadelo levantar do colchão (eu estava deitada da mesma forma, no colchão do lado da menina), olhar pra ela e dizer : "aqui não tem seu filho não, tem só a minha filha! vai embora!aqui não tem nenhum menino,não!!! e acordei!

Depois disso, eu constantemente "sentia" como se tivesse alguém dentro do quarto, mesmo ele com a porta fechada!Eu adormecia com o olhos na porta, e ás vezes eu acordava com a nítida impressão de alguém ter chamado meu nome ao meu ouvido, ou de ter gritado lá fora. Eu realmente não escutava chamar, era só a sensação, sabe, quando você está quase dormindo e de repente pensa que vai cair no abismo?? era mais ou menos assim, acordando no susto.

Ai eu decidi: vou batizar a Sara. Contra a vontade do marido. Batizado concluído com 20 dias de "xixita".

Por algum tempo, deu certo. Quando ela estava para completar nove meses, o negócio ficou feio!

Voltei a dormir na cama. eu ainda ouvia  me chamarem de manhã, mas dessa vez era só a avó avisando que ia sair.

Mas, Por três noites seguidas, eu sentia minhas costas se retesarem (eu dormia de bruços , defronte da janela em que a mulher de antes falou comigo), sabe como quando você vê que alguém vai te fazer uma cócega? pois é, mas não eram cócegas, eram CALAFRIOS! Na quarta noite (é, eu contei!), eu já dormindo de bruços, fico meio acordada e espantada com o calafrio subindo e descendo a minha espinha, isso umas quatro vezes, Gente, era algo mmmuito forte!! e algo me dizia pra eu não levantar e virar para olhar pela janela. No meio do quase sono, eu estatelada na cama, de bruços, escutava DE VERDADE alguém CORRENDO do lado de fora da casa, indo e voltando do lado em que ficam as janelas dos quartos, como se estivesse aflito para tentar ENTRAR!! e eram passos de adulto- tum, tum,TUM- correndo no "chagão" de 1,5m ao lado da casa, começava defronte da MINHA janela, parava aonde eu penso que era a janela da minha mãe e voltava!!! eu pensava: "isso é sono, eu ainda estou entre dois mundos". Aos poucos o ruido foi levemente parando e o arrepio foi embora.

No sábado seguinte, fizemos o que o meu esposo já tinha pedido: fomos apresentar nossa filha no templo.

Depois daí, nunca mais teve outro episódio parecido.

Ah, mais uma coisa: Nossa família é a segunda que viveu na casa, portanto ela não tem como ser mal- assombrada. Mas tem algumas coisas que me intrigam até hoje, que aconteceram lá. No quarto onde nós dormíamos, a janela dá luminosidade externa para uma parede nua: 1-Quando criança eu sonhei que aquela parede era tipo um portal para uma outra dimensão,e que eu conversava com "esqueletos" que viviam do lado de lá 2-Quando um colega de minhas irmãs morreu num acidente de trânsito,no segundo grau, eu sonhei que ele pedia pra eu dizer que ele estava bem, através dessa luminosidade na parede 3-Quando minha madrinha faleceu no Rio de Janeiro, eu não sabia, mas minha mãe, que também era afilhada dela, estava aos prantos, se embalando na rede na varanda da casa,de saudades. Eu estava sozinha no quarto, estudando para o vestibular, quando minha cachorra veio de lá da varanda e ficou estatelada na porta do quarto, latindo escandalosamente (veja bem, não era rosnar) em direção a algo que estava, ao que parecia, em pé ou acima de mim, ao meu lado direito. eu levantava e tentava acalmar a cachorra e voltava para o quarto, mas ela se recusava a parar de latir.Eu tive que sair do quarto(sério, eu já tinha ido acalmar a danada umas duas vezes!!), e só ai ela parou, mas continuava olhando "pra lá". E só ai também eu descobri a minha mãe desolada na varanda, quando só depois de uma conversa, ela ficou mais calma 4-Uma noite, eu e minha irmã estávamos conversando no quarto antes de dormir, como sempre fazíamos. de repente, NÓS DUAS escutamos chamarem pela minha irmã, duas vezes mais forte e uma vez mais fraca. pensamos que fossem nossas outras duas irmãs (é, "nós somos quatro" :)), que estavam no quarto em frente ao nosso, que estavam chamando, de sacanagem. Mas ficamos intrigadas porque elas não abriram a porta para falar conosco, como sempre faziam. Fomos olhar e...elas estavam DORMINDO!...5- Quando eu, em Fevereiro de 2009, já estava grávida, mas não sabia, no meio do estado "de vigília" senti uma saudade enorme do meu primo que faleceu, por suicídio, no mesmo ano que vovô (mai/2007). Eu lembro nitidamente de no sono, vê-lo em pé ao lado da minha cama(e eu estava deitada),do lado direito, me falando alguma coisa...ai de repente ele vira para a janela (como a ouvir alguém chamar- ou era medo de alguém o vir comigo?), me olha de novo e vai esvoaçando até sumir saindo pela janela em forma de névoa....eu acordei e chorei.  

*Há muito mais coisas entre o Céu e a Terra do que sonha nossa vã Filosofia*

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