terça-feira, 4 de outubro de 2011

Despedida de Puérpera (ou "e agora, José?")


No último dia 02/10, minha filha completou 1a11m...faltando um mês para ela deixar de ser chamada de "nenén" e ser chamada de "menina", vou aproveitar o Cirio de Nazaré e lavar a alma e o coração de muitas coisas que eu tenho vivido, questionado e aprendido desde que ela nasceu. vou aproveitar para "respirar" um pouco, no sentido de "tentar"me sentir eu sozinha de novo, "tentar" descansar dessa roda viva de hormônios que me balançaram por tanto tempo e jogar fora tudo o que for imprestável da minha mente, do meu quarto, da minha casa, da minha vida. vou fazer uma faxina geral, igual á que eu fiz pouco antes da 38ªsemana de gestação...



Aos poucos, nos últimos meses, estou "tomando conta" de mim, de novo...um dia uma manicure, outro uma aparada nas mechas, outro uma comprinha de roupas novas, outro um passeio com o maridão só nós dois, fazer um exame de sangue, um check up geral...Não sei até que ponto isso influencia na minha forma de estar com minha filha, mas ás vezes, "pescando peixe" no ônibus, lembro de coisas que fazemos no dia-a-dia, e durante o trajeto quase sinto seu corpinho no meu colo, ela me abraçando, fazendo carinho, incrivel...será que posso tomar isso como saudade???

No sábado, "tentando" praticar um pouco de desapego, lavei o carrinho, a banheira e um cercadinho que ficaram da doce época de bebê da Sara, para repassar a uma colega de trabalho, que espera uma menina para Novembro...gente, chorei tanto!!!...enquanto eu lavava, meu coração ficava cada vez mais apertado, apertado, chega doía...não sei se era saudade (ou vontade de guardar aquilo pra sempre) ou eu finalmente estava encarando a "dor" de saber que minha filha estava crescendo e de eu não estar preparada para isso...EU ainda não cortei o cordão umbilical, eu sei...eu rememorava, tiquinho por tiquinho, de tudo que vivi desde a bolsa rota daquela madrugada para o dia de finados, era inconsciente, parece que um filme passava pela minha cabeça...e eu não conseguia segurar...no fim, uma prece, uma sensação de agradecimento, uma canção nos lábios, para lembrar que TUDO é transformação, que os sentimentos podem ser grandes professores ou algozes, depende do que VOCÊ queira fazer.



Nestes quase dois anos, EU APRENDI muito. Garanto que quero tudo de novo, mas dessa vez, sei que terei mais tranquilidade, terei meus passos mais firmes e não ficarei brigando tanto comigo mesma, que não farei nada de ouvidos e olhos fechados, e principalmente, não perderei de vista MEUS próprios principios, em detrimento dos principios que os outros acham que eu deva ter. NINGUÈM é perfeito, ninguém é "menasmãe" ou "menaspai", quem teve parto cesárea, teve, quem teve parto natural, teve, vidas diferentes, "razões sociais" diferentes...

Não quero mais ter medo, nem que me digam pra ter medo, o que eu menos preciso HOJE, é de gente me dizendo "você não vai conseguir, você não é elegivel, você vai ter problemas com tal e tal coisa, vai acontecer isso e isso e isso" sem ter a real necessidade para isso. Para mim soa como "amaldiçoar" alguém, sabe? detesto "videntes" de plantão!! não quero mais "esperar" mais nada de ninguém. Eu vou fazer por mim, por ela, pelo meu esposo, para que minha casa seja nossa fortaleza, nosso recanto de descanso e entendimento.

Tenho uma amiga que me disse: "Ei, você só vai parar de ter saudade da Sara pequenina quando você tiver outro bebê". Eu sei disso. Não pela questão de ter um outro filho, mas pela questão de renovação de que eu falei a pouco. Eu preciso aprender, agora, a me renovar...e eu só consigo pensar nisso, através dos olhos dos meus filhos...