segunda-feira, 25 de abril de 2011

"Que venham a mim, as criancinhas..."


Impressão minha, ou estão matando e deixando à mingua mais crianças do que antes? Não. O que acontece é que cada vez mais a mídia tem tornado mais evidente o que antes era apenas "cochichado" entre vizinhos e parentes. O que mais me impressiona é saber que quem faz isso, faz "conscientemente"(se é que existe consciência na cabeça de uma pessoa que faz isso), sabendo que um bebê não sobrevive sozinho ao calor, ao frio, à fome, à sede, ao descaso. Recentemente soube de uma estória que é mais ou menos assim: a mãe foi viajar com o namorado e pediu pra uma vizinha pegar as suas duas crianças (uma de dois meses, a outra de um ano e cinco meses) e cuidar enquanto ela estivesse fora. Resultado: a "amiga" esqueceu de pegar as crianças, e QUATRO DIAS depois, chamado pelos vizinhos que ouviram os gritos de fome do bebê, o Conselho Tutelar invadiu a residência. No desespero da fome, sem encontrar nada mais à mão para comer, a criança de um ano estava com as mãos e boca cheias de açúcar e o bebê, envolto em fezes e xixi, também estava com a boca rodeada de açúcar. Ao que parece, a criança maior tentou, por meios próprios, aplacar a fome do pequenino, sem sucesso. Chamada pela polícia, a mãe entregou as crianças para adoção.

Aqui na minha cidade, vira e mexe as crianças são deixadas na parada de ônibus, no quintal de estranhos, dentro de sacos de lixo. Não é só em São Paulo ou no Rio de Janeiro, é geral!!! e pelos motivos tão menos necessários: " ah, eu engravidei de um homem casado", "ah, fiquei com medo da reação dos meus parentes", "ah, foi fruto de um estupro"...

A criança não pediu para nascer! Tem tantas formas de anticoncepção disponiveis hoje no mercado (camisinha tem até de R$.1,99 ou são distribuidas nos postos de Saúde), que não "entra" na minha cabeça, que por mais sem condições que uma mulher seja ela DESEJE se ver livre de uma criança que foi gerada em seu VENTRE, que ela sentiu crescer e aprendeu a amar!!! mesmo os "filhos de estupro" eu considero que talvez seja uma forma de você trazer essa criança para o bem, que a despeito do modo como foi gerada, é uma grande oportunidade de aprendizado e de perdão!! uma vida é uma vida, seja embrião ou feto! e se você não quer, que pelo menos pense em entregar para a adoção ANTES de ter o filho, não fique jogando um ser tão indefeso na rua, como um cachorro sem dono (e mesmo os cachorros tem tido até mais sorte neste aspecto, que paradoxo!!). Mas não pretendo entrar no mérito desse assunto.

Ai eu fico pensando: "Senhor, tantos querendo ter um filho para chamar de "seu" e outros perdendo essa dádiva tão preciosa!!" Gente, NADA justifica um abandono desse, nada. Como podemos justificar as crianças estupradas pelos próprios pais, ás vezes com o assentimento da mãe(mães que SABIAM, que fique bem claro, porque sexto sentido de mãe é superpoderoso, nesses casos não aceito a resposta de "ah, eu tinha uma leve impressão"!), crianças de um mês, tão pequenos, tão indefesos, passando pela loucura que a mentalidade doentia de um adulto, que vê sexualidade em um bebezinho? O que aconteceu com nosso mundo?? Eu choro toda vez que isso acontece, porque imagino minha filha no lugar dessas crianças. E aqui eu vou copiar a resposta que uma amiga da lista PartoNosso me deu, uma vez: "se meu marido fosse doido e eu tivesse condições, eu adotaria".

Só alguém muito doido de amor para amar tanto e tantas crianças quantas fossem necessárias. É verdade, não somos o oceano, mas uma gotinha faz e fará sempre muuuita diferença.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Por que "A Maternidade e a Tempestade"?

O Caminho da Maternidade não se inicia somente na concepção. Na minha cabeça, quando você percebe que a Vida é essa troca maravilhosa de energia Nascimento/Morte/Nascimento, e que você faz parte disso, indubitavelmente, chega a sua hora de trocar energia, chega a hora de querer conceber uma sementinha que será uma parte de sua vida e levará adiante a sua história nesse mundão de meu Deus. Algumas mulheres e homens sentem quando isso acontece, outros têm uma "leve suspeita" (como foi comigo e meu esposo), outros não percebem e tomam um susto, mas todos, com raras exceções, sentem-se abençoados. 
Para mim, essa hora chegou no dia do casamento de um primo muito querido, onde eu percebi que tudo o que eu tinha conquistado até aquele momento era pouco, e uma tristeza imensa invadiu meu coração, e eu não sabia de onde vinha.
Essa tristeza sumiu depois que me descobri grávida. E acho que era o que estava faltando, pois de lá para cá, minha vida virou uma Tempestade que pôs tudo de cabeça para baixo, no bom sentido.Meus valores, meu modo de ver as coisas, tudo tem outro sentido agora. Fico me policiando para não fazer as coisas que meus pais faziam comigo, e ao mesmo tempo me pego pensando que algumas coisas que eles faziam, HOJE, faz todo o sentido de ser...
Há um ano e cinco meses não sei o que é dormir cedo, ler um livro direto, sair para ir ao cinema. Não sei mais o que é "deixar as coisas para depois", sair sozinha, esquecer do tempo.
Hoje, tudo que  faço tem tempo quase cronometrado para ser feito, leio um livro entre as sonecas da minha filha, assisto aos filmes em casa, todos os passeios são com ela, redescobri as brincadeiras de infância e AMO ficar sem fazer nada COM ela, rolando no edredon posto no chão ou cozinhando a comidinha dela do dia, ou ficando até três, quatro horas da madrugada esperando ela pegar no sono para depois arrumar os brinquedos espalhados e poder ir dormir. Me acostumei. Foi dificil, mas como tudo na Vida, sei que vai passar e vou lembrar muito disso tudo com Saudade.