quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

"COMO VOCÊ DEU À LUZ NÃO DEFINE SUA FORÇA COMO MULHER!"

"Independentemente de como foi seu parto, ainda assim você trouxe um ser humano real para este mundo.





"Se você é mãe, tem uma mãe ou conhece uma mãe, há uma chance de ter escutado uma daquelas vívidas e, às vezes, horríveis histórias trocadas entre mulheres sobre como deram à luz.
Quando as mulheres relembram suas experiências de parto/nascimento, normalmente há uma discussão se tiveram ou não uma anestesia peridural, um parto natural (vaginal) ou uma cesariana e por quanto tempo estiveram em trabalho de parto.
Ocasionalmente, você pode até perceber um tom um pouco competitivo escapar nessas conversas sobre qual mãe sentiu mais dor ou a que sofreu mais durante todo o processo de parto.
Compartilhar e comparar é normal no comportamento humano, e todas nós fazemos isso.
Mas, às vezes, as mães que se sentem inadequadas ou inseguras podem se sentir acuadas com a ideia de que você precisa ter aquele parto cru, natural, sem anestesia, amamentar apenas com o peito quando o bebê nascer e simplesmente ser uma supermãe no geral.
Caí nesse tipo de armadilha em relação ao aleitamento materno (leia meu artigo sobre isso aqui, em inglês) e ainda há dias em que luto contra essas expectativas inatingíveis em outras áreas da maternidade.
Minha primeira (e única) história sobre dar à luz soa muito diferente do que a experiência foi de fato para mim. Foi um parto natural e não recebi uma peridural. Por ter dado à luz dessa maneira, ouço frequentemente que sou incrível, forte como uma mulher das cavernas.
Mas quer saber a verdade?
A verdade é que eu queria desesperadamente uma peridural e havia planejado receber uma. Eu literalmente berrei por minha peridural! Mas não veio nunca. Era muito tarde. Minha filha já estava a caminho como um torpedo humano. Não houve tempo para nada daquilo.
Não há palavras para descrever a dor do parto sem uma peridural a partir da minha própria experiência, além de dizer que literalmente pensei que estivesse morrendo. (Vejam, acabei de compartilhar minha horrível experiência do parto com vocês).
Todo o processo de nascimento de minha filha durou cerca de seis horas. Assim que conto isso para algumas mães, elas normalmente são rápidas em me dizer como foi fácil para mim em comparação com a experiência delas de um trabalho de parto muito mais longo.
Entendi. Certamente estou aliviada que o meu não tenha durado mais.
Mas você deveria se sentir menos orgulhosa de si mesma ao produzir um ser humano do seu próprio corpo se o seu trabalho de parto terminou em menos tempo do que o de outra mãe? Não. Você é mais mulher se empurrou um bebê pela maneira "natural" ou fez uma cesariana? Não.
Independentemente de como você tenha feito, ainda assim trouxe um ser humano real (ou, em muitos casos, mais de um!) para este mundo. Um bebê não sairá de outra maneira a não ser via VOCÊ.
Você não precisa de ninguém para validar sua jornada ou dar-lhe permissão para ter orgulho sobre como deu à luz seu filho ou filhos.
Cada mãe tem sua história, sua lenda, sua reivindicação à iniciação mental, emocional e física à maternidade. Uma mãe não é mais forte do que a outra por estar em trabalho de parto por mais tempo, mais rápido, sob o efeito de anestesia, sem anestesia ou algo no meio disso.
É ótimo ter aquela história — aquela lenda —, que é seu conto sobre como trouxe ao mundo seu filho ou filhos. Aceite-o com todo seu caos, falhas e glória sangrenta.
Minha intenção original era estar completamente anestesiada para o nascimento de minha família. Não aconteceu como eu previa e acabei entrando em pânico.
tudo bem.
Eu gostaria de estar super zen e preparada para o que estava por vir? Claro.
Todas as experiências de um parto são deslumbrantes tapeçarias que compõem uma vida. Uma não é melhor do que a outra ou mais incrível do que a outra. São apenas diferentes e todas vêm com diferentes graus de expectativa, preparação, medo, esperança e circunstância.
Jamais uma mulher deve se sentir inferior por não dar à luz da maneira que alguém pensa que é mais superior com base em um nível de dor ou qualquer outro fator.
Eu sei que muitas mulheres não estão nem aí para o que outras pessoas pensam sobre sua história de parto, o que é incrível. Mas existem algumas por aí que de fato se sentem inadequadas por uma razão ou outra.
Não deveriam.
A vida chega de muitas maneiras, avenidas e jornadas. É um verdadeiro milagre que sempre deveria nos impressionar, não importando como aconteceu."

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*Este texto foi originalmente publicado no HuffPost US e traduzido do inglês., para o HuffPostBrasil.com em 19/09/2017 por Michelle Zunther, na coluna Opinião.
       Achei tão incrível e a mais pura "verdade verdadeira" que queria muito compartilhar...depois da mãe que publicou usar fraldas geriátricas para após o parto, acho muito válido que mais pessoas expressem essa situação, pois eu mesma já passei por isso. Assim como cada bebê é único, as mães também são únicas e suas histórias de vida também são importantes. Não menosprezá-las ou taxá-las de "menos mães", por terem tido uma experiência diferente de parto é o que de mais a palavra "sororidade" pode expressar, e não somente usar esta palavra como uma maneira de "arrebanhar" mulheres por uma "causa feminina específica"
.
       Já havia "sororidade" entre as mulheres desde os tempos de minha bisavó, quando muitas mulheres se juntavam para ajudar a cuidar de suas crias, todas juntas, e em diferentes épocas e em diferentes situações. Ainda hoje existe, quando minha filha fica com as avós e tias e sentadas ao redor da mesa (ou na sala, ou no quarto), ficam conversando e penteando seus cabelos....vejo essas imagens e penso que isso sempre ocorreu, esse apoio mútuo, essa conversa calorosa de mulheres que se querem bem. Isso pra mim é o melhor de tudo.
        Então menos julgamentos e mais calor HUmANO, por favor.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Recados
por Recados para Facebook

Felizes nós!
Em Deus, Para Deus, Por Deus.
Na alegria e na dor, em casa ou no hospital, na areia ou na grama, no café ou no jantar, por todos os dias e noites, e mesmo até depois do sono infinito.
Te amo!

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Mãe também tem medo!






As crianças não têm medo. Acho incrível essa capacidade delas de "se jogar" nas situações, sem pensar, sem ter "crise de consciência"- se vai ou não, se pode ou não pode, se tentar vai machucar ou não. Agora entendo minha mãe quando ela me dizia que "eu me jogava demais na frente das coisas", "que eu não media as situações"...na verdade, eu media sim, mas eu nunca me preocupei em ter uma meta "xis" com o que fazia. Fazia por gosto, por necessidade, porque ninguém fazia, ou porque as situações me revoltavam.

Sagitário é muito justiceiro. Eu reconheço em mim essa "qualidade". Eu quebro a cara, mas faço como aprendi na vida: por mais que todo mundo diga que você errou, o seu "grilo falante" interior é a sua medida de aceite ou não.  E se você se pune ou se ama, depende do resultado da sua conversa com seu grilo.

Mas ai, veio a maternidade, e você começa a ter medo pelos outros, por tudo, por nada. Você fica meio á mercê do "e se..."ou faz e vê o que acontece.

Então que dia desses, minha filha, esposo e eu fomos a um parque de diversões, que ela já vinha pedindo há tempos pra ir. E eu, dando oportunidade para que ela e o pai fossem em todos os brinquedos, até porque fazia tempo que ele também não aproveitava uma boa diversão com a filha, sem ser joguinhos de Dora aventureira no joistick ou filmes no DVD. decidi que aquela tarde seria só deles. Mas eu me pegava, de vez em quando, olhando para a roda gigante, e não sabia direito porque estar perto dela me causava uma sensação de eu estar "me saindo" de ir até ela...

E aconteceu de minha filha querer ir, pela enésima vez, na bendita roda gigante. O pai vira pra mim e diz que agora era a minha vez. Eu entrei na "cestinha" e já na primeira volta, subindo, senti meu rosto pegar fogo! pensei: "minha pressão foi pro beleléu", tentei me acalmar e não vomitar, porque tinha "alguém" do meu lado, e eu não podia fazer cara de assutada, para que ela não ficasse "com trauma" de roda gigante, que nem a mãe dela.

Minha filha começou a pegar no meu rosto e dizer que estava tudo bem, que estava tudo bem, e começou a rir...de mim!!!

Eu me dei conta que estava de olhos fechados, dizendo "ai meu deus,ai meu deus,ai meu deus" e com pequena dificuldade de respirar, apesar de, ao mesmo tempo, lembrar que eu tinha que abrir os olhos e olhar para o horizonte, respirando fundo, como minha mãe tinha me ensinado... mas já era tarde demais!! aquela pessoinha ali do meu lado estava EXTASIADA com o fato de ter descoberto que "a mamãe estava com medo do brinquedo", e ela só ria e dizia "calma mamãe, calma" e ria de novo!!   E quanto mais eu falava, ela olhava para mim e ria! caramba! Senti como se tivesse revelado um segredo secretíssimo da maternidade, algo tão "exclusivo e profundo" que me deixava morrendo de vergonha na frente da minha filha de recém completados cinco anos... porque a gente aprende desde pequena que mãe não chora, mãe é forte, mãe sabe de tudo, mãe é corajosa...e como um simples brinquedo colocou toda a minha "discreta fortaleza" por água abaixo!?

O passeio terminou e ela não parava de contar a aventura dela com a mamãe no "brinquedo grande que roda"...gostou tanto que contou pra professora, para a(s) avó(s), para o avô, para as tias, primos e coleguinhas....

Pronto: foi-se minha imagem de "toda poderosa",kkkkkk.

Mas por outro lado, meu "grilo falante" chegou comigo e me confidenciou: "Que bom que ela saiba que você é um ser humano como ela, que se machuca, tem medos, chora e rí. Que bom que você está aqui para ensinar a ela como lidar com isso, principalmente, a rir dessas coisas, porque virão tempos ruins, e ela vai precisar saber como ver o outro lado das situações".

Suspirei e sorri.

A vida ensina, e a consciência, guia.























sexta-feira, 22 de maio de 2015

Ahhhh, Sherazade!






 Eu adorava Simbá e Ali Babá. Depois assisti ao clássico " O Rei e Eu", mas dificilmente ouvia alguma estória árabe com personagem feminino, até que surgiu Sherazade, Vários filmes se sucederam, todos lindos. 
Até hoje fico fascinada com os vestidos cheios de estampas e arabescos milimetricamente pintados ou bordados que as atrizes vestiam. Mas a origem da princesa que contava estórias para o rei como forma de fugir da morte pouco me era possível de entender. Como alguém poderia "se jogar" numa situação que envolvia a perda da própria vida?

Eu não sou noveleira. Não mesmo. depois que minha filha nasceu, pouco me importo de perder capítulos ou novelas inteiras, tampouco em ver filmes que não sejam "de criança". 

Outro dia, pela pura falta de vontade de assistir as mesmas coisas, desencavei meus combos de Dvd´s de Piratas do Caribe, de Star Trek, de Senhor dos Anéis. Minha filha amou!! Curtiu o " Capitão kiki", o "senhor de barba branca", e o "pirata doidão".

Enquanto isso, eu procurava Sherazade...

Ai, descobri uma novela maravilhosa em um canal de tv, com o nome sugestivo de "Mil e uma noites", nem um pouco apelativa, muito bem escrita e encenada. A sensação boa de realmente ver algo "novo". A mesma sensação que tive em ter prazer em assistir "Xica da Silva" e " Cheias de Charme" (em momentos bem diferentes da minha vida), de lembrar de todas as músicas, de arrepiar em cantar, senti com esta. E principalmente, a personagem principal tinha o nome da princesa que eu há tempos buscava....

Buscando no google, achei a história a seguir, que transcrevo aqui:

"Xerazade (do persa شهرزاد), grafado também como Sherazade ou Sheherazade, é uma lendária rainha persa e narradora dos contos de As Mil e Uma Noites.
Segundo a lenda da antiga Pérsia, Sherazade, com sua beleza e inteligência, fascinou o rei ao narrar histórias fantásticas por mil e uma noites, poupou sua vida e ganhou o eterno amor do Rei Shariar.
Conta a lenda que na antiga Pérsia o Rei Shariar descobriu ter sido traído pela esposa, que tinha um servo como amante. Enfurecido o rei mandou matar os dois. Depois, toma uma terrível decisão: todas as noites, casar-se-ia com uma nova mulher e, na manhã seguinte, ordenaria a sua execução, para não mais ser traído. E assim foi por três anos, causando medo e lamentações em todo o reino.
Um dia, a filha mais velha do primeiro-ministro, a bela e astuta Sherazade, diz ao pai que tem um plano para acabar com aquela barbaridade. Porém, para aplicá-lo, precisa casar-se com o rei. O pai tenta convencer a filha a desistir da ideia, mas Sherazade estava decidida a acabar de vez com a maldição que aterrorizava a cidade. E assim aconteceu, Sherazade casou-se com o Rei.
Terminada a curta cerimônia nupcial, o rei levou a esposa a seus aposentos; entretanto, antes de trancar a porta, ouviu uma ruidosa choradeira. “Oh, Majestade, deve ser minha irmãzinha, Duniazade”, explicou a noiva. “Ela está chorando porque quer que eu lhe conte uma história, como faço todas as noites. Já que amanhã estarei morta, peço-lhe, por favor, que a deixe entrar para que eu a entretenha pela última vez!”
Sem esperar resposta, Sherazade abriu a porta, levou a irmã para dentro, instalou-a no tapete e começou: “Era uma vez um mágico muito malvado...”. Furioso, Shariar se esforçou para impedir a história de prosseguir; resmungou, reclamou, tossiu, porém as duas irmãs o ignoraram. Vendo que de nada adiantava pestanejar, ele ficou quieto e se pôs a ouvir o relato da jovem, meio distraído no início, e muito interessado após alguns instantes. A pequena Duniazade adormeceu, embalada pela voz suave da rainha. O soberano permaneceu atento, visualizando na mente as cenas de aventura e romance descritas pela esposa. Repentinamente, no momento mais empolgante, Sherazade calou-se. “Continue!”, Shariar ordenou. “Mas o dia está amanhecendo, Majestade! Já ouço o carrasco afiar a espada!”. “Ele que espere”, declarou o rei. Shariar deitou-se e dormiu profundamente. Despertou ao anoitecer e ordenou à esposa que concluísse a história, mas não se deu por satisfeito: “Conte-me outra!”. Sherazade com sua voz melodiosa começou a narrar histórias de aventuras de reis, de viagens fantásticas de heróis e de mistérios. Contava uma história após a outra, deixando oSultão maravilhado.
Sem que Shariar percebesse, as horas passaram e o sol nasceu. Sherazade interrompeu uma história na melhor parte e disse: “Já é de manhã, meu senhor!”. O rei, muito interessado na história, deixou Sherazade no palácio por uma noite mais. E assim Sherazade fez o mesmo naquela noite, contou-lhe mais histórias e deixou a última sem terminar. Muito alegre, ora contava um drama, ora contava uma aventura, às vezes um enigma, em outras uma história real. E assim passaram-se dias, semanas, meses, anos. E coisas estranhas aconteceram. Sherazade engordou e de repente recuperou seu corpo esguio. Por duas vezes ela desapareceu durante várias noites e retornou sem dar explicação, e o rei nunca lhe perguntou nada. Certa manhã ela terminou uma história ao surgir do sol e falou: “Agora não tenho mais nada para lhe contar. Você percebeu que estamos casados há exatamente mil e uma noites?” Um som lhe chamou a atenção e, após uma breve pausa, ela prosseguiu; “Estão batendo na porta! Deve ser o carrasco. Finalmente você pode me mandar para a morte!”.
Quem adentrou nos aposentos reais foi, porém, Duniazade, que com o passar dos anos se transformara numa linda jovem. Trazia dois gêmeos nos braços, e um bebê a acompanhava, engatinhando. “Meu amado esposo, antes de ordenar minha execução, você precisa conhecer meus filhos”, disse Sherazade. “Aliás, nossos filhos. Pois desde que nos casamos eu lhe dei três varões, mas você estava tão encantado com as minhas histórias que nem percebeu nada...” Só então Shariar constatou que sua amargura desaparecera. Olhando para as crianças, sentiu o amor lhe inundar o coração como um raio de luz. Contemplando a esposa, descobriu que jamais poderia matá-la, pois não conseguiria viver sem ela. Assim, escreveu a seu irmão lhe propondo que se casasse com Duniazade. O casamento se realizou numa dupla cerimônia, pois Shariar desposou Sherazade pela segunda vez, e os dois reis reinaram felizes até o fim de seus dias."

Perceberam? ela foi sábia, corajosa e destemida. Trouxe tranquilidade e paz para um reino inteiro, sem precisar bradar uma espada, além de ser a primeira psicóloga árabe, digamos assim, pois aos poucos conseguiu restabelecer a confiança de um rei totalmente destroçado e trazê-lo para a realidade.

Quantas de nós não fazemos isso todos os dias? esquecemos de nós para ajudar os outros a caminhar?

Enquanto isso...

Eu Só Queria Te Amar – Música da abertura – Trilha sonora de Mil E Uma Noites
Me olha diferente
Me abraça e não sinto seu calor
Sozinha então me sinto
Seu jeito me ferindo o coração
Eu perdendo a razão
Você, bela página de um velho livro
Não vou mais te esquecer
Assim morre outra vez meu coração
Nessa estrada onde eu caminho só
E o céu que se abriu pra gente se amar
Ficou cinza e de repente se escondeu de nós
Onde a gente se perdeu queria tanto achar
E me lembrar, eu só queria te amar
Não, não vale a pena perder o amor, que pena
Não posso não, não consigo não
Quero a nossa vida, de volta
A alegria que soltou da minha mão
Você, bela página de um velho livro
Não vou mais te esquecer
Assim morre outra vez meu coração
Nessa estrada onde eu caminho só
E o céu que se abriu pra gente se amar
Ficou cinza e de repente se escondeu de nós
Onde a gente se perdeu queria tanto achar
E me lembrar, eu só queria te amar
Você, bela página de um velho livro
Não vou mais te esquecer
Assim morre outra vez meu coração
Nessa estrada onde eu caminho só
E o céu que se abriu pra gente se amar
Ficou cinza e de repente se escondeu de nós
Onde a gente se perdeu queria achar
Nessa estrada onde eu caminho só
E o céu que se abriu pra gente se amar
E me lembrar eu só queria te amar
E me lembrar eu só queria te amar
Intérprete: cantora Laís.

Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Xerazade

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

VALEU 2014!

http://www.significados.com.br/flor-de-girassol/


Sim! foram dois anos de pausa...
Dois anos em que viver materialmente era o que me tomavam as horas dos dias, a mente, meu corpo, meus nervos. Dormia as 22 /23 horas, para acordar ás 5 da manhã (na verdade , "pular da cama" é a resposta correta) todos os dia úteis, preocupada com escola da filha, carro (que ele não pife de novo,senhor, por favor!). 
Trabalho, casa, trabalho. Minha única área de lazer se resumia a meus videos em casa e em ir ao parquinho do condomínio com minha filha. Nada de exercício físico. 
Aos poucos me dei conta de que sumiam os momentos de alegria com minha família. eu estava sempre de mau humor e cansada, muito cansada pra tudo...começava a semana já rezando pra chegar o sábado e eu finalmente poder dormir um pouco até mais tarde. Mas que nada! Meu "relógio interno" já há muito acostumado com determinado horário me dizia que era dia antes do sol nascer e eu não conseguia mais dormir.
Não tinha mais paciência com ninguém. No trabalho, passei a ficar contrita, pra não "derrubar em ninguém" meu humor sarcástico e ferino.Passei a não me envolver mais em nada, a não ser em dar conta do meu serviço e sair dali.
Minha menstruação estava constantemente desregulada, assim como meus hormônios, que de uma semana pra outra dançavam dentro de mim, fazendo com que eu pensasse estar grávida por três ou quatro vezes, ao que cada novo pensamento de possibilidade de gravidez era sempre surpreendida no último minuto com o inicio de um novo ciclo.
Passei a ter dores de cabeça intermitentes, e algumas vezes duravam o dia todo. passei a ficar o dia todo, algumas vezes, bocejando sem parar (apesar de sentir que não era um bocejo de "sono",mas apenas um reflexo muscular de alguma coisa), ou quando não, depois de cada refeição, pelo minimo que fosse, cerrar os olhos no meio do expediente, como se um sono ferrenho tomasse conta de mim.
Me descobri com esofagite, mas o pior estava por vir...um dos medicamentos que me foram receitados dizia na bula haver "risco de morte súbita" na sua ingestão. Eu já não dormia, e quando conseguia, pedia pro meu esposo ficar de "olho" pra saber se eu estava "viva". passei a sentir dores no peito constantes, e a ter espasmos musculares que dobravam minha espinha e me faziam acordar no meio da noite, com violentas sacudidas. Emagreci oito quilos em menos de dois meses e também não era normal pra mim.
Então um dia, parecia que as noticias de pessoas morrendo ao meu redor eram muitas,vindas de todos os lados: o irmão de uma chefa que estava com câncer, um sobrinho de uma colega que entrou bem no hospital e saiu de lá morto (tinha só dois anos!!), meu padrinho que falecera em Maio e a horrível coincidência de que uma semana antes da morte dele eu ter sofrido um acidente de trânsito (assim como fora na época da morte do meu avô: primeiro meu primo, depois ele)..
Chorei copiosamente por todo aquele dia, com os nervos á flor da pele,"sofrendo por antecipação" diriam alguns, pois todos os dias as pessoas tomam remédios com essa indicação de morte súbita e nem por isso morrem....mas EU tinha certeza que eu seria uma delas! passei a ter sensações de "realidade irreal", como se tudo o que eu estivesse vivendo fosse um sonho, como se eu estivesse apenas dormindo e não saberia quando acordar... depois disso uma enorme dor de cabeça me pegou de jeito. nunca tinha sentido algo assim...a sensação era que de a dor fazia algo como "uma travessa" em torno da minha cabeça e eu sentia um ponto de dor mais concentrado, do lado direito da cabeça, como se me espetassem uma fina e longa agulha. fui ao pronto socorro, e fui medicada,mas ao ver que a dor na cabeça persistia, me derramei em prantos na frente do médico plantonista...eu estava em pedaços, psicologica e fisicamente.
Foram dez dias internada, com uma bateria de testes, e nada havia sido encontrado: aneurisma, trombose, nada! Cervical, veias e cabeça na mais perfeita ordem. Ganhei uma "cefaléia cervicogênica", traduzindo: dor de cabeça funcional, aquela que dá quando a pessoa está sob muito estresse e/ou tensão. Era o papai do cèu me avisando pra "desacelerar", porque, eu poderia ter tido algo pior.
Na saída do hospital, outro problema: Eu desenvolvi crises de pânico. Era estar num lugar pra de repente, me dar na cabeça que eu precisava estar logo fora dali, correr, pegar o primeiro carro que eu visse e ir pra casa. Naquela semana eu tive duas crises sérias, e á noite, eu só podia chorar e "tentar explicar" o que estava passando...mas é impossível pra uma pessoa de fora saber...só quem sabe ou viu alguém nessa situação sabe o que é.
Hoje, passados mais de dois meses da minha internação, estou sendo acolhida por uma psiquiatra e pela minha família, que me matriculou em aulas de Pilates e de Hidroterapia, pra ter um melhor condicionamento físico, já que eu também voltei a dirigir nesta semana que passou.
Me prometi fazer cinco coisas, assim que eu saísse do hospital: uma farei, assim que retornar ao trabalho. Não, não vou me demitir! mas pretendo diminuir a carga de trabalho, para poder continuar com minha mente, corpo e família em boa saúde. Posso até ter redução no meu contracheque, mas ESTAREI VIVA para ter melhor e maior qualidade de vida.
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Obrigada meu Deus, pela nova oportunidade!
VALEU 2014!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Primeiro ano letivo.

Nunca esqueci meus primeiros anos letivos.Talvez porque de certa forma, me marcaram muito.Eu sempre tive personalidade forte e não me encaixava direito no que os educadores acreditavam ser uma criança de 6,7 anos "normal", acho eu...

A diretora achou por bem (até hoje eu não sei de quem) colocar-me direto para a primeira série.Não participei de classe pré-escolar e naquele tempo não tinham os babys, maternais e jardins nas escolas. Era somente o "pré" e pronto! depois de um ano brincando, você já estava automaticamente inserido no mundo das crianças maiores.

Então, minha classe eram das crianças maiores que eu. creio que até já deviam ter seus 8,11 anos. Eu me sentia uma formiguinha, não conseguia me enturmar direito, todo mundo me achava criança demais, acho. Minha primeira professora: Maria da Conceição Raiol. Adorava ela, mas o ambiente da sala não. Eu não gostava muito das meninas maiores, não entendia direito porque elas ficavam sempre agarradas nos meninos, e eu querendo brincar de pira esconde, pique, estátua, cemitério.... Eu gostava de brincar com os meninos, porque eles não queriam nem saber quem eu era. "vamos brincar? vamos!" era isso que me importava! Um belo dia, devo ter feito algo muito horrivel, não lembro, sai gritando da sala, que não queria estar ali, queria minha mãe, que não queria voltar para a sala de jeito nenhum. Fui pra diretoria algumas vezes, lá me davam um caderno para escrever cem vezes o que eu não devia fazer, até minha mãe chegar, ou então ficava chorando até cansar. numa dessas ocasiões, fui convidada a descer da primeira série que ficava no pavimento do primeiro andar, para uma primeira série que ficava no térreo.

Lá eu cheguei chorando horrores e fiquei assim por um bom tempo, até que minha nova professora,"Lurdinha"(era assim que as crianças a chamavam) começou a cantar as músicas de criança que todo mundo conhece: "meu lanchinho", "o sapo", "está na hora de merendar", e uma sobre o rei davi (que depois me lembro, ter cantado na primeira comunhão também). Aos poucos, fui acalmando e começando a cantar com a turma (que a essa altura já estava cantando a plenos pulmões), e fiquei feliz.

No final daquele ano, quando me disseram que eu voltaria para a outra série, eu lembro de ter escrito um bilhetinho para a diretora e ter pedido para minha mãe entregar. A minha mãe até hoje não sabe como eu escrevi aquilo, mas ela me disse que a diretora ficou muito assombrada em ver como uma criança da minha idade (7,8 anos) já conseguia passar para o papel tantos pensamentos e argumentos daquele jeito. Eu só lembro que era algo sobre não querer mais ir para aquela escola e assim foi feito. Eu devo ter ficado até o meio do outro ano, depois não fui mais, por conta própria.

Minha mãe não me obrigou a ir, muito pelo contrário, graças a Deus.

Revivi tudo isso este ano de 2012, já que Sara iniciou sua "aventura escolar".

Houveram as mudanças de professoras (duas vezes), apareceu a questão do desfralde, que me rendeu sofrimento e dor de cabeça sobre como Sara trataria essa fase, que senti ter sido um pouquinho sofrida para ela (e ainda estamos trabalhando o desfralde noturno), das brigas com os coleguinhas (para logo depois ficarem aos beijos, abraços e brincadeiras), dos pesadelos no meio da noite porque um coleguinha mais chegado de repente teve uma atitude que ela não esperava e ela se sentiu magoada demais pra revidar, da conversa com a professora e a diretora (lá fui eu de novo, kkkkk), do aniversário da Sara festejado em sala de aula, da (minha) dor (ou meu medo de ela se sentir sozinha?) em saber que as únicas meninas da turma, coleguinhas dela, ficarão em periodo diferente na escola (uma vai para o jardim I, que só tem pela manhã, outra ficará pela manhã, no maternal e Sara à tarde, no maternal).

Como explicar a ela, ano que vem, que ela não as verá mais, quando ela me perguntar das colegas, que estará ansiosamente esperando para rever, chegando pela porta vermelha??

Na festinha de encerramento da escola, chego em frente á um painel, feito pelos próprios alunos, que fala assim: "a afetividade é a chave da construção da árvore da amizade"...e de repente, começa a tocar uma música japonesa suave e doce e meus olhos se enchem de lágrimas... e passa pela minha mente as várias imagens que guardei, das três meninas brincando juntas e rindo ou conversando de mãos dadas, andando pela escola, e pensando que só eu sei que isso não vai acontecer ano que vem...ou pelo menos, até 2014, quando todas as três estarão novamente no mesmo horário.

Eu prezo muito por essas amizades. As que nascem pequeninas, crescem e deixam raizes profundas. As que, com o passar do tempo, trocam as flores e dão frutos, as que quanto mais o tempo passa, mais se complementam...eu vi isso nessas meninas, e queria muito que elas ficassem com uma lembrança desse primeiro ano maravihoso: dei de presente, para cada uma, uma moldura com a foto que tiramos durante a festa do colégio:


As Professoras também ganharam, cada uma, sua moldura e foto. Um presente muito bom, para elas lembrarem sempre das peraltices das alunas. No último dia de aula, na hora da despedida, a professora dava um demorado abraço em cada criança...Sara ganhou o dela e...

depois de alguns segundos, descobri que a professora também estava em lágrimas...
;)

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mais fotos em www.ceko.com.br

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

da Viagem à cidade Fortaleza...

Amei Fortaleza. Aí alguém pode dizer:"ah, mas você ficou só na parte legal, onde tem praia e tudo é arrumadinho para satisfazer o público turista". Eu digo, "não, não fiquei só na parte bonitinha". Por isso que eu gosto de andar de ônibus, diferente de muita gente que eu ví lá, que fazia questão de andar só de van do hotel, que tem hora marcada para ir ou voltar e custa o olho da cara ou que ficou só na feirinha da orla. De ônibus, se percebe mais as ruas, não se tem hora pra ir ou voltar, nos preocupamos menos em onde estacionar e curtimos mais o ambiente, a cidade, seus atrativos, visualizamos mais as diferenças e costumamos voltar com a sensação de "nada como o nosso lar".

Então eu conto o que eu percebi, já que eu nunca dizia para ninguém"olha eu não sou daqui", justamente para não chamar a atenção, aliás, só quem sabia disso eram os funcionários do hotel mesmo :) :

- Os motoristas de ônibus e passageiros tinham um respeito sem igual pelos idosos, pelas mães com filhos no colo, pelas crianças. E eram respeitados também pela policia. presenciei a seguinte cena: vários rapazes e moças entraram no ônibus e ficaram na parte de trás. vinham se esgoelando e falando alto, parecia que só eles estavam no ônibus. em uma parada, três desceram correndo, pela porta de trás, não pagando a passagem. o cobrador avisou o motorista que cerrou as portas, e só foi parar alguns metros na frente, aonde tinha uma viatura policial. O motorista falou com os policiais, que fizeram todos os rapazes e as moças do grupo  descerem e serem revistados. Os deixamos lá e só depois seguimos viagem. Em nenhum momento os policiais destrataram o motorista ou os outros passageiros.em nenhum momento eles foram rudes com as pessoas do grupo que desceu, mas foram firmes na voz e souberam impor autoridade. tão diferente do que seria se fosse em minha cidade...

-O povo vai á praia!!! para mim, cuja praia mais próxima fica á 78 km da capital, foi maravilhoso ver como eles curtem mesmo!! acho que deve ser o itinerário número um dos finais de semana! a impressão que eu tive é de que TODA a cidade tinha descido para pegar uma onda, tamanha a quantidade de gente, com prancha de surf, bebês, idosos, familias inteiras!!!foi incrivel, uma maravilha mesmo!

 -O sol nasce antes das 05:53 da manhã, e em compensação, ás 16:30 já começa a escurecer!! caraca!! e aqui em Belém, que ele só nasce por volta das 06:30, foi como se houvessem me acordado de madrugada, foi dificil, porque eu fiquei com o meu "fuso horário" interno super desregulado, ia dormir muito tarde (01:00 da manhã), acordava cedo demais (kkkkk) mas qual não foi a minha surpresa ao constatar que tinha muita gente já andando no "calçadão"?? se eu não estivesse "a trabalho", já iria aproveitar também.

-O tom de voz é tudo! até que eu achei o sotaque de Fortaleza bem parecido com o nosso, não senti tanta diferença no falar.

-As empresas investem no meio ambiente! não só na orla, mas em alguns outros lugares da cidade, haviam plaquinhas indicando que "aquele local era mantido por tal grup" ou tal empresa. Não deixa de ser marketing, mas desse tipo, que deixa tudo limpinho e gostoso de estar perto, é muito bom!! :)

- O clima maravilhoso. bem ameno, não tão quente quanto aqui, a brisa do vento se fazia sentir em toda a cidade.

Senti falta demais da NOSSA CHUVA da tarde!!! pelo menos, na semana em que eu estive lá, não choveu UMA GOTA...fiquei tão triste ;)

Qunato ao Hotel, eu fiquei satisfeita: tinha internet, mas não Wi-Fi (tinha que ter cabo pra acessar), então que tive que achar uma lan house (na galeria do Mac Donald´s , seguindo pela orla tem, Ufa!). Eu tenho uma sorte com os hotèis que eu escolho, sempre são aconchegantes, familia, com cara de casa da gente, simples mas organizados, não tem aquele tumulto de muita gente entrando ou saindo, tranquilo...na hora em que cheguei, uma familia de cinco pessoas estava fazendo o check in, eram três crianças (uma bebê) e os pais. O rapaz da portaria estava sendo super acolhedor e inclusive conversava sobre o tamanho da cama que tinha no quarto, e se dispunha a colocar no quarto mais uma de solteiro, caso a de casal que tinha lá não desse para todos ou se o casal quisesse mais conforto. Me ganhou de cara!!

link do site do hotel: eles respondem, viu?não se preocupe!

bjss.