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Sim! foram dois anos de pausa...
Dois anos em que viver materialmente era o que me tomavam as horas dos dias, a mente, meu corpo, meus nervos. Dormia as 22 /23 horas, para acordar ás 5 da manhã (na verdade , "pular da cama" é a resposta correta) todos os dia úteis, preocupada com escola da filha, carro (que ele não pife de novo,senhor, por favor!).
Trabalho, casa, trabalho. Minha única área de lazer se resumia a meus videos em casa e em ir ao parquinho do condomínio com minha filha. Nada de exercício físico.
Aos poucos me dei conta de que sumiam os momentos de alegria com minha família. eu estava sempre de mau humor e cansada, muito cansada pra tudo...começava a semana já rezando pra chegar o sábado e eu finalmente poder dormir um pouco até mais tarde. Mas que nada! Meu "relógio interno" já há muito acostumado com determinado horário me dizia que era dia antes do sol nascer e eu não conseguia mais dormir.
Não tinha mais paciência com ninguém. No trabalho, passei a ficar contrita, pra não "derrubar em ninguém" meu humor sarcástico e ferino.Passei a não me envolver mais em nada, a não ser em dar conta do meu serviço e sair dali.
Minha menstruação estava constantemente desregulada, assim como meus hormônios, que de uma semana pra outra dançavam dentro de mim, fazendo com que eu pensasse estar grávida por três ou quatro vezes, ao que cada novo pensamento de possibilidade de gravidez era sempre surpreendida no último minuto com o inicio de um novo ciclo.
Passei a ter dores de cabeça intermitentes, e algumas vezes duravam o dia todo. passei a ficar o dia todo, algumas vezes, bocejando sem parar (apesar de sentir que não era um bocejo de "sono",mas apenas um reflexo muscular de alguma coisa), ou quando não, depois de cada refeição, pelo minimo que fosse, cerrar os olhos no meio do expediente, como se um sono ferrenho tomasse conta de mim.
Me descobri com esofagite, mas o pior estava por vir...um dos medicamentos que me foram receitados dizia na bula haver "risco de morte súbita" na sua ingestão. Eu já não dormia, e quando conseguia, pedia pro meu esposo ficar de "olho" pra saber se eu estava "viva". passei a sentir dores no peito constantes, e a ter espasmos musculares que dobravam minha espinha e me faziam acordar no meio da noite, com violentas sacudidas. Emagreci oito quilos em menos de dois meses e também não era normal pra mim.
Então um dia, parecia que as noticias de pessoas morrendo ao meu redor eram muitas,vindas de todos os lados: o irmão de uma chefa que estava com câncer, um sobrinho de uma colega que entrou bem no hospital e saiu de lá morto (tinha só dois anos!!), meu padrinho que falecera em Maio e a horrível coincidência de que uma semana antes da morte dele eu ter sofrido um acidente de trânsito (assim como fora na época da morte do meu avô: primeiro meu primo, depois ele)..
Chorei copiosamente por todo aquele dia, com os nervos á flor da pele,"sofrendo por antecipação" diriam alguns, pois todos os dias as pessoas tomam remédios com essa indicação de morte súbita e nem por isso morrem....mas EU tinha certeza que eu seria uma delas! passei a ter sensações de "realidade irreal", como se tudo o que eu estivesse vivendo fosse um sonho, como se eu estivesse apenas dormindo e não saberia quando acordar... depois disso uma enorme dor de cabeça me pegou de jeito. nunca tinha sentido algo assim...a sensação era que de a dor fazia algo como "uma travessa" em torno da minha cabeça e eu sentia um ponto de dor mais concentrado, do lado direito da cabeça, como se me espetassem uma fina e longa agulha. fui ao pronto socorro, e fui medicada,mas ao ver que a dor na cabeça persistia, me derramei em prantos na frente do médico plantonista...eu estava em pedaços, psicologica e fisicamente.
Foram dez dias internada, com uma bateria de testes, e nada havia sido encontrado: aneurisma, trombose, nada! Cervical, veias e cabeça na mais perfeita ordem. Ganhei uma "cefaléia cervicogênica", traduzindo: dor de cabeça funcional, aquela que dá quando a pessoa está sob muito estresse e/ou tensão. Era o papai do cèu me avisando pra "desacelerar", porque, eu poderia ter tido algo pior.
Na saída do hospital, outro problema: Eu desenvolvi crises de pânico. Era estar num lugar pra de repente, me dar na cabeça que eu precisava estar logo fora dali, correr, pegar o primeiro carro que eu visse e ir pra casa. Naquela semana eu tive duas crises sérias, e á noite, eu só podia chorar e "tentar explicar" o que estava passando...mas é impossível pra uma pessoa de fora saber...só quem sabe ou viu alguém nessa situação sabe o que é.
Hoje, passados mais de dois meses da minha internação, estou sendo acolhida por uma psiquiatra e pela minha família, que me matriculou em aulas de Pilates e de Hidroterapia, pra ter um melhor condicionamento físico, já que eu também voltei a dirigir nesta semana que passou.
Me prometi fazer cinco coisas, assim que eu saísse do hospital: uma farei, assim que retornar ao trabalho. Não, não vou me demitir! mas pretendo diminuir a carga de trabalho, para poder continuar com minha mente, corpo e família em boa saúde. Posso até ter redução no meu contracheque, mas ESTAREI VIVA para ter melhor e maior qualidade de vida.
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Obrigada meu Deus, pela nova oportunidade!
VALEU 2014!
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