sábado, 14 de maio de 2011

Sobre Sexto Sentido (e em como acalmar uma mãe)!


Muitas pessoas falam sobre esse tema como algo sobre natural. Sabe aquele filme em que o protagonista sente que uma catástrofe esta prestes a acontecer numa cidadezinha e tenta a todo custo avisá-los, mas mesmo assim a tragédia acontece (acho que era com o ator Nicolas Cage)? Pois é, acontece na vida real também. Eu já perdi a conta de quantas vezes isso aconteceu comigo: Às vezes, eu me pego muito alerta para as coisas (ou "elétrica" demais), qualquer coisa, por minima que seja, me chama a atenção e "é batata"! alguma coisa sempre acontece , por bem ou para o mal. Também já sonhei com inundações enormes e furacões e no dia seguinte, lá vinha o jornal dizer que tinha acontecido algo semelhante em algum lugar do planeta. Talvez seja a tal da "consciência coletiva" que todos os seres viventes tem , essa ligação vital com o planeta em que vivemos, e essa interação é tão grande que inconscientemente algumas pessoas sentem que "algo muito estranho está no ar" ou "alguma coisa muito especial" vai acontecer.
Um amigo meu disse uma vez que "Intuição não existe, você apenas já tem o conhecimento prévio de algo, e quando se encontra em uma situação parecida, seu inconsciente lhe indica o que fazer". Mas de onde vem esse "conhecimento prévio"? quantas vezes você fez alguma coisa que era contrária ao pensamento que lhe veio na mente e essa coisa não deu certo porque você não seguiu sua "voz interior"?
Na Maternidade, isso vai além: o amor ao próximo literalmente torna-se carne e a ligação entre mãe e filho também é acompanhado de um tipo especial de sexto sentido, chamado AMOR. È essa ligação que permite que mães e pais consigam "sentir" quando os filhos estão precisando de nossa ajuda ou a quilômetros de distância, o coração apertado, quando algo de ruim acontece com eles, como relatados tantas vezes em programas policiais.
Semana passada, minha filha foi dormir com uma tosse seca, sem fluido algum, mas que não deixava ela sossegar no berço, pois ela sufocava que chegava a ficar vermelha. Dois dias depois, febre bem leve, que ainda permitia ela comer e brincar. Fomos á emergência e ela saiu de lá medicada, sob suspeita de alergia (eu tenho rinite alérgica) e voltamos. À noite, a febre aumentou, como o médico falou, perdurando por todo o dia seguinte e sumindo no terceiro dia. Mas a fome sumiu por completo , e ela só aceitava alguns pedacinhos de fruta e bolachinha de maisena e muuuita, mas muuuita água. Depois de quatro dias tomando remédios via oral mais o aerosol, a tosse persistia já com muito fluido e ela, sem comer direito, queria só saber de dormir quatro, às vezes cinco vezes por dia ( o que não era normal para quem só dava uma sonequinha básica de 45 minutos!). Minha razão dizia: "ela está medicada, deve ser cansaço da tosse mesmo, demora para voltar ao normal", mas minha voz interior gritava: "tem alguma coisa errada, tem muito sono aí, volta para o hospital!!" no final do expediente, a levei ao hospital, com a desculpa de pedir para darem um soro com glicose para hidratar. Acabamos "internadas", pois os pulmões tavam "cheios" e tendo em vista que os medicamentos orais não deram resultado, partiriamos para a via venosa. O exame radiologico do dia seguinte veio como uma bomba: "aumento do infiltrado peri-hilar bilateralmente"= PNEUMONIA nos dois pulmões!!
Foram sete dias bons e ruins. Bons, porque eu não ficava tanto tempo com ela desde que voltei a trabalhar e ruins, porque como ela é uma menina muito "fortinha", cada vez que as enfermeiras tentavam colocar o escalpo ("equipamento" usado para pulsar a veia e deixá-la aberta para introdução da medicação), ela se contorcia e a veia expulsava a agulha, obrigando-as tentar furar novamente em outro ponto e a mais uma sessão de choro ( no final, eu já não aguentava mais, confesso,mas eu tinha consciência de que ela precisava muito, senão poderia morrer). Algum tempo depois, aconteceu uma coisa curiosa: ela pedia para passear "subindo e descendo escadas" várias vezes ao dia. Eu pensava: "ela está tentando me dizer que está bem, que está respirando melhor, está fazendo os pulmões se exercitarem para sairmos logo daqui". Ela já queria comer minha comida de novo, já "falava" com todo mundo, já não dormia o dia todo como antes.
Hoje fazem quatro dias que saimos de lá, e eu tenho a impressão que "trocaram" minha bebê, pois está novinha em folha, me solicita mais do antes e quando me abraça, pôe a cabeça no meu ombro e com a outra mãozinha faz carinho nas minhas costas, como a dizer "mamâe, está tudo bem agora!". Agora pensem, se eu não tivesse "me escutado"dessa vez, o que teria acontecido??Não, melhor nem pensar.

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